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Evento faz história no Centro de Vitória

Foto: Zanete Dadalto

O evento Mercado, promovido pelo Projeto Mercado Cultura em Movimento, ocupou o Centro de Vitória com arte e cultura da periferia

Dia 24 de outubro vai ficar na história para moradores do Território do Bem, Quadro e Centro de Vitória. Isso porque foi nesse dia que aconteceu o evento Mercado. O encontro foi promovido pelo Projeto Mercado Cultura em Movimento, na Casa de Música Sônia Cabral, e consagrou um encontro potente da economia criativa, da arte e da cultura de periferias de Vitória.

Exposição “Banquinho da Chico Prego” – Foto: Wagando

No local, foi montado um ateliê com customização de roupas e bazar para exposição e venda de artesanias ancestrais, de um grupo de mulheres do Instituto Quadro; a Bendita Feira, com empreendimentos criativos das juventudes do Território do Bem; mostras de documentários e clipes, resultantes das formações do Mercado Cultura em Movimento; exposição fotográfica, com bastidores de formações na Ocupação Chico Prego e: apresentações musicais de quem faz a vida pulsar nas periferias da Capital do Espírito Santo.

O evento Mercado foi um ponto alto do Projeto Mercado Cultura em Movimento, que começou em agosto com uma série de Oficinas, sendo que algumas ainda seguem até dezembro, sendo realizado pelo Ponto de Cultura Varal Agência de Comunicação, projeto do Ateliê de Ideias, que atua em parceria com a Ocupação Chico Prego  e o Instituto  Quadro.  O recurso é do Ministério da Cultura via emenda parlamentar proposta pelo senador Fabiano Contarato, com indicação da vereadora de Vitória Karla Coser.

Abaixo listamos tudo que rolou no evento: 

Exposição Banquinho da Chico Prego

A Exposição Banquinho da Chico Prego trouxe o registro em fotografias da experiência de troca de saberes entre os instrutores Ivan Rocha, Renato Pontello e Iza Dias com os moradores da Ocupação Chico Prego, localizada no Centro de Vitória, É resultado direto da Oficina Criativa “Para Nossa Ocupação!”, o banquinho foi feito com base na Troca de Saberes: um encontro entre gerações, tradições e sonhos, que aconteceu durante as 45 hora de oficina oferecida pelo Mercado Cultura em Movimento.

E os banquinhos estavam à venda no local, chamando atenção pelas formas e cores, mas também pelos sentimentos que representam. Para a coordenadora da Ocupação, Rafaela Regina Candeira,  “foi mais do que um banquinho”. Proporcionou amizade, compartilhamento, divisão, um companheirismo. Existe um sentimento, né?”

Exposição Banquinho da Chico Prego – Foto: Gabriel Baessa

Para saber mais sobre os banquinhos, acesse o instagram: @ocupacao.chicoprego

Artesanias Ancestrais

O grupo de mulheres do Quadro, participantes da Oficina de Artesania Ancestral, também estava no evento com suas produções. E, enquanto expunham seus produtos, mantiveram com a instrutora Makapon a produção de bordados e de crochês, transformando peças de roupas do bazar do Instituto Quadro da Esperança em obras de arte.

Produção do Ateliê Artesanias – Foto: Gabriel Baessa

A coordenadora local da oficina, Lúcia Sather, falou que a Oficina de Artesania Ancestral representou para o Instituto Quadro de Esperança uma ação de grande impacto social, cultural e emocional na vida das mulheres do território. 

Segundo Lúcia , além de aproximar as participantes da instituição e fortalecer o sentimento de pertencimento, o projeto consolidou o espaço do Instituto Quadro de Esperança como um ambiente de troca, aprendizado e oportunidades, com a possibilidade de crescimento pessoal e profissional, estimulando a colaboração, a criatividade e o empreendedorismo.

“Por meio do artesanato, as mulheres compartilharam saberes, histórias e experiências, resgatando tradições e, ao mesmo tempo, construindo novos caminhos para o futuro. A Oficina de Artesania Ancestral revelou que o fazer com as mãos é muito mais do que uma expressão artística é um ato de resgate, identidade e transformação social’, contou.

Para saber mais sobre as artesanias e o bazar, acesse o instagram: @instituto.quadro

Mulheres participante do Ateliê Artesanias juntas com a vereadora Karla Coser – Foto: Wagando

Bendita Feira

Gabhy – Foto: Gabriel Baessa

E o evento Mercado também convidou e contou com presença de comerciantes da Bendita Feira, um projeto que reúne produtos e marcas de pequenos negócios de jovens do Território do Bem. Foram oferecidos diversos produtos autorais no segmento da gastronomia, design, moda e decoração. disse Gabhy Almeida, da Panificadora Almeida, uma das expositoras da Bendita Feira.

“Participar do evento Mercado foi incrível! Mostrar meus produtos na Benedita Feira. Sinto orgulho de fazer parte disso e ansiosa por mais oportunidades, que valorizem o nosso potencial, disse Gabhy Almeida.

Jovem de múltiplos talentos, ela ainda se apresentou no palco central com o Grupo Vocal. “Me apresentar com o grupo vocal Ecos do Bem foi uma experiência enriquecedora. É incrível ver o nosso potencial sendo reconhecido e valorizado”, completou.

Visite as páginas das juventudes empreendedoras que estiveram no Mercado: Gabhy Almeida – @panificadoraalmeidaofc, Mari Cria – Artes digitais – @mari.cria,  Ana – @atelie.ametista_sz,  Café no cone / trufado & cremoso – @meuconeccino

Para saber mais sobre a Bendita Feira, acesse o instagram: @juventudes_es

Bendita Feira – Foto: Meuri Ribeiro

Mostra de documentários e roda de conversa

A mostra de documentários aconteceu no palco principal da Casa de Música Sônia Cabral, mostrando a realidade de moradores da Ocupação Chico Prego e moradores em situação de rua do Centro de Vitória. Foram apresentados 3 filmes: “Liberdade de Morar”, “Invisíveis” e “Eu moro aqui”. Os dois últimos, foram resultado da Oficina de Audiovisual: Produção de Documentário, com Renato Moulin, na Ocupação Chico Prego, como parte do Projeto Mercado Cultura em Movimento.

“Liberdade de Morar” é um documentário que acompanha a “Ocupação Chico Prego”, em Vitória (ES), revelando a força coletiva de mulheres que transformam a luta por moradia em um ato de resistência, cuidado e pertencimento. Entre desafios e esperanças, a obra reflete sobre o direito à cidade e a potência feminina na construção de novos territórios de vida.

“Invisíveis” retrata pessoas em situação de rua no Centro de Vitória, mostrando como o abandono familiar e o uso de drogas marcam suas trajetórias. Um olhar sensível sobre vidas que resistem à margem da sociedade.

Cedo do DOC “Eu moro aqui” – Foto: Gabriel Baessa

E “Eu moro aqui” apresenta a história de Lourival, liderança histórica na luta por moradia, que continua resistindo mesmo em vulnerabilidade. O filme reflete sobre sua trajetória e a de muitas famílias que enfrentam a mesma realidade.

Na sequência, Renato Moulin, instrutor da Oficina de Audiovisual: Produção de Documentário, comandou um bate-papo com quem pensou e produziu os filmes. Durante a Roda de Conversa, o instrutor dividiu o microfone com a diretora do curta “Invisíveis”, Adryanna Alves; e a produtora do “Eu Moro Aqui”, Mirela Caldeira.

“Foi um trabalho rápido, com muita diversão, mas também responsabilidade. Conseguimos ter um curso produtivo e filmar dois filmes com o pouco tempo que tivemos, e todos os participantes saíram tendo a experiência de escrever roteiro, usar equipamentos profissionais e ter o prestígio de produzir um filme”.

Renato media conversa com produtores/diretores dos DOCs – a direita Marcia, interprete de Libras – Foto: Eli Silva

Mostra de clipes e roda de conversa

O evento contou, ainda, com a apresentação de dois clipes musicais. A Oficina de Audiovisual: Produção de Clipe, guiada pelo instrutor Jairo Santos,  apresentou resultados incríveis na Mostra. Dois videoclipes foram gravados e editados pela turma. “Esse percurso se dá com uma galera que perpassa esse momento da oficina e é uma galera que já tem outras vivências sociais, culturais e políticas. Eles trazem esse arquétipo para dentro da oficina”, contou Jairo.

Cena do Clipe “Bem-Vindo ao Território do Bem” – Foto: Meuri Ribeiro

Um dos videoclipes foi “Bem-Vindo ao Território do Bem”, dirigido e roteirizado por Jayme Gomes.  Ele nasceu das vivências e vozes das nove comunidades que formam o Território do Bem,

Engenharia, Itararé, Bonfim, Gurigica, São Benedito, Floresta, Jaburu, Consolação e Bairro da Penha. Percorrendo pontos-chave do Território do Bem, o clipe mostra tanto as potências, espaços culturais, esportivos e de lazer, quanto a realidade das ruas, com cenas de comércios, crianças e cotidiano comunitário. Mais do que um registro visual, “Bem-Vindo ao Território do Bem” é um manifesto sobre identidade, pertencimento e orgulho comunitário, celebrando as histórias que tornam o território vivo e pulsante na cidade de Vitória.

O outro clipe foi “Costurando en Français”, uma produção da DJ Mona Cacheada. É um videoclipe fashion que celebra a beleza trans, negra e gorda em sua potência máxima. Entre tecidos reaproveitados, looks chiquérrimos e muito brilho, modelos desfilam criações das marcas independentes **Olho

de Ashanti** (@olhodeashanti) e **Big Bará** (@bigbkunty), que transformam descarte em desejo através de técnicas de reuso têxtil.

Jairo Santos, instrutor da Oficina media conversa com participante da oficina – Foto: Meuri Ribeiro

Apresentações Musicais

Batalha de estacionamento

No palco principal da Casa de Música Sonia Cabral teve também a disputadíssima batalha de estacionamento. “É um encontro de jovens para promover, fortalecer e incentivar o rap de rua”, resumiu a artista MC e produtora de batalhas Julya Feitoza.

No palco do Mercado, artistas de  Hip Hop disputaram, ao vivo, na hora, pensando rápido e sobrepondo versos em resposta à provocação um do outro. Mas sempre pautados na resistência periférica. Ao final, todos saem vencedores, porque o encontro é mesmo uma confraternização de quem transforma rimas em música e faz sua arte acontecer.

O vencedor da disputadíssima Batalha de Estacionamento, Yaagh, disse que teve a maior satisfação de estar no palco do Sónia Cabral participando do evento. “A estrutura do teatro é muito linda e muito diferente do que estamos acostumados. É o sentimento de ocupação de espaço da cena cultural da cidade”, ressaltou.

Para saber mais sobre as Batalhas de Estacionamento, acesse o instagram:  @batalhadoestacionamento

1º ato da Batalha – Foto: Zanete Dadalto

DJ Úrsula Pussynail (ES)

Preta, gorda e drag queen, Ursula (@ahursula ) é personagem do artista, beatmaker, produtor musical Icaro Goulart (@ihcarai), é sinônimo de empoderamento e música discotecando e performando em diversos espaços, há mais de 11 anos, na cena capixaba. Faz parte da Casa de Bonketys e a 1ª DJ da cena Ballroom Capixaba. Para Ursula, a única regra é soltar as feras e não ficar parado.

DJ Úrsula – Foto: Meuri Ribeiro

Kimy e Renzo 

Talentos talentos jovens locais, vozes potentes e aquela vibe boa demais. Primeiro veio Wendell Renzo e depois Kimy.

Renzo é cantor,  dançarino, ator e um amante das artes, explodiu no palco central. Para além do palco, ele é estudante de artes visuais na UFES, compõe o coletivo favela em foco, jovem referência do Centro de Referência das Juventudes (CRJ), movimento LAJE e Príncipe da Autêntica Casa de Lacraia Kunty.

“Para encarar o público e expressar esse lado artístico, eu me apresento como Renzo e conto um pouco da minha vivência como jovem preto, periférico e LGBTQIAPN+ trazendo a versatilidade no palco com músicas que dialogam com a minha caminhada!, disse.

Kimy entrou no palco depois de Renzo e eles cantaram juntos algumas canções. Foi lindo vê-los se apoiando nas apresentações. Ela (Kimberly) tem 21 anos, é estudante da Fafi, cantora, compositora, atriz e dançarina nas horas vagas. Seu grande grande sonho é conseguir produzir o meu primeiro álbum.

Ela também foi participante da Oficina de Produção Artística e Musical. “Participar de todas as oficinas e, no final, poder estar naquele palco foi como se algo tivesse me mostrando os caminhos que ainda me aguardam”, disse.

E ela, além de arrasar, ainda aproveitou a oportunidade para cantar pela primeira vez as próprias composições. “Cantar as minhas músicas com todos ali foi simplesmente a realização de um grande sonho. Muitas das músicas que cantei foram feitas há anos e nunca ninguém colocou fé nelas, ficavam só para mim. Agora pretendo cada vez mais espalhar minhas músicas por ai”, contou.

Renzo e Kimy, no violão o musico Pedro Oleare – Foto: Thais Gobbo

Grupo Vocal Ecos do Bem

E ao anoitecer, o Grupo Vocal Ecos do Bem, do Centro de Referência da Juventude (CRJ) do Território do Bem, trouxe jovens para o centro da cena musical e surpreendeu o público com uma apresentação cheia de emoção, técnica e expressão.

Formado por jovens de até 28 anos, o grupo atua há 2 anos e 3 meses no CRJ do Itararé, consolidando-se como um espaço de aprendizado, convivência e arte. Mesmo com a rotatividade natural dos participantes, mantém-se uma base sólida de integrantes que acompanham o projeto desde o início, garantindo continuidade e identidade ao grupo.

Atualmente, o Ecos do Bem conta com 11 participantes ativos, que se dedicam semanalmente às aulas, realizadas todas as segundas-feiras, das 17h às 19h. As matrículas são livres, abertas a todos os jovens interessados, desde que tenham disponibilidade e foco para participar e se desenvolver no grupo.

As aulas têm como objetivo principal desenvolver a técnica vocal e aprimorar habilidades de canto, oferecendo aos jovens uma formação que une disciplina, escuta e sensibilidade. Durante os encontros, os participantes passam por momentos de aprendizado que envolvem desde o aquecimento vocal, o treino da respiração e o cuidado com a postura corporal, até aspectos mais avançados como colocação da voz, dicção, articulação, dinâmica e expressão musical.

Os exercícios práticos incluem escalas e arpejos, práticas de dicção, estudo da  fisiologia da voz, estudo de repertório  popular e erudito  e músicas compostas pelos próprios alunos, que os  fortalecem dando vozes a esses futuros músicos. Os repertório  estudados são  individuais e coletivos Através desses estudos que são descobertos talentos.

A oficineira de canto, canto coral e preparadora vocal, Mivanei Norma Bernardino, é bacharel em Canto Erudito pela FAMES e pós-graduada em Gestão Educacional e Educação Musical. Ela resume a experiência com o grupo dizendo:

“Foi uma experiência única para os jovens. Eles puderam colocar em prática e desenvolver suas habilidades musicais, aprender com outros e sentir-se parte de uma comunidade criativa e apaixonada por arte e música. Criaram conexões com pessoas que compartilham os mesmos interesses. Podemos dizer que todo o grupo se envolveu e trouxe sua arte, criatividade e expressão artística.”

Mais do que um grupo de canto, o Ecos do Bem é um espaço de encontro e transformação, onde a juventude do Território do Bem se expressa, aprende e ecoa suas vozes juntas, em harmonia, por um futuro de mais cultura e oportunidades.

Grupo Vocal Ecos do Bem – Foto: Thais Gobbo

Jaddy

Do meio da plateia, uma voz ecoou forte para gritar a resistência ao autoritarismo e opressão de tempos passados, mas que infelizmente fala muito do tempo presente. Jaddy , que acompanhava o Instituto Serenata da Favela, impactou ao interpretar a canção de Belchior, eternizada por Elis Regina: “Como Nossos Pais”.

Ao final, a festa foi comanda pelo Instituto Serenata d’Favela, com diversas apresentações, seguida da Escola de Samba Pega no Samba, com direito a baianas, rei, rainha e parte da bateria ocupando o palco central.

Jaddy – Foto: Zanete Dadalto

Instituto Serenata d’Favela

Bailarina – Foto: Zanete

O Coral Serenata foi fundado em 2010 pela professora Luciene Pratti Chagas, inspirada pela observação em sala de aula de uma turma de quarta série que tinha uma forte afinidade com o gênero musical funk.

Percebendo a necessidade de expandir os horizontes musicais dos alunos, Luciene introduziu a música “Pais e Filhos”, do Legião Urbana, que ressoou profundamente com eles, refletindo suas próprias experiências e conflitos. Isso levou a novas pesquisas e explorações de diversos gêneros musicais, incluindo MPB, Samba, Rock, Gospel, Pagode e até mesmo funk com letras positivas. O objetivo era oferecer aos jovens momentos de reflexão e felicidade através da música. E foi o que aconteceu.

No Mercado, crianças, adolescentes e jovens apresentaram várias canções, encantando a todos os presentes.

CORAL SERENATA D’FAVELA – Foto: Thais Gobbo
ORQUESTRA SINFONIA D’FAVELA – Foto: Thamyres Valadares

Escola de Samba Pega no Samba 

A Escola de Samba fica localizada no bairro Consolação e é um orgulho do Território do Bem. Foi fundada em 1976, com o objetivo de valorizar o samba e representar a cultura popular da cidade. A escola se destacou rapidamente no cenário do carnaval capixaba, sendo reconhecida por sua energia e pelos enredos que abordavam temas da tradição local.

“Somos muito mais do que uma escola de samba. Buscamos, dentro e fora da quadra, desenvolver ações sociais que promovam a valorização e o crescimento de nossas crianças, jovens e adultos. Participar desse projeto grandioso nos enche de orgulho, pois está totalmente alinhado com o que acreditamos e praticamos”, Dannilo Amon, presidente do Pega no Samba.

Durante todo o evento, os participantes das Oficinas de Fotografia de Eventos Culturais e de Produção de Eventos Culturais participaram colocando em prática o conhecimento teórico em aulas práticas no evento real, consolidando ainda mais o aprendizado. As turmas fotografaram, colaboraram na organização do espaço e das apresentações, além de fazerem todo o cerimonial.

Pega no Samba – Foto: Zanete

Acessibilidade

Acessível, o evento contou com a presença de intérpretes de libras, inclusive na presença virtual via instagram convidando para o evento. A acessibilidade em libras foi uma preocupação da organização do evento Mercado, garantindo que pessoas surdas possam se comunicar, interagir e acessar informações de forma autônoma e plena na sociedade. Afinal, todos devem ter direito ao acesso à cultura.Um pouco mais sobre o Projeto Mercado Cultura em Movimento, você consegue em reportagens anteriores publicadas aqui no Calango Notícias.

Saiba mais sobre os documentários

Liberdade de Morar

Sinopse: Mais do que um documentário, “Liberdade de Morar” é um gesto de escuta, um convite ao encontro com vozes que, por vezes silenciadas, insistem em existir com coragem e beleza. A obra acompanha a “Ocupação Chico Prego”, em Vitória no Espírito Santo, e nos coloca diante da potência coletiva de mulheres que transformam o cotidiano em campo de luta e afeto.

Entre escombros do abandono e os tijolos da esperança, elas constroem não apenas casas, mas territórios de resistência, de cuidado e de pertencimento. Suas histórias, entrelaçadas em narrativas íntimas e vibrantes, nos desnudam o que é lutar por moradia digna num país onde o direito à cidade ainda é privilégio.

“Liberdade de Morar” é sobre o chão onde se pisa, mas também sobre os sonhos que se plantam. É cinema que documenta com o coração e pensa com os pés no barro. Um registro que escancara a urgência de políticas públicas, mas também revela os modos singulares com que a vida insiste, principalmente quando é a partir das mulheres que a luta se organiza.

Aqui, ocupar é verbo de existência. E resistir é ato cotidiano de criação.

Direção geral: @penha_sz

Assistente de direção: @_est.her

Roteiro: @_est.her @penha_sz @eujovito

Produção executiva: @gabymenezesf

Produção: @eujovito

Assistentes de produção: Gilmar Mathias @joaovitor_gomes.o @josel_reis @luca_moraes @themarcomartins @rdmariana_ @lemosrafaelsilva @rchardcardoso

Direção de fotografia: @roobertaaaaaaaaa @rhuanpablo547

Assistente de fotografia: @hisa_rib

Direção de arte: @felipees_soares @helaportard

Identidade visual: @viviielly

Som direto: @miguerl_027 @rchardcardoso

Montagem: @_est.her @joaolucasdd21 @penha_sz @roobertaaaaaaaaa

Edição: @joaolucasdd21 @rchardcardoso

Professor orientador: @haroldovidaljr

Uma Produção Experimental @radioetvceet @ceetvasco

Invisíveis

Sinopse: Mesmo quando as ruas do Centro de Vitória parecem vazias, algumas pessoas estão lá existindo junto com as calçadas e marquises. O documentário busca entender como essas pessoas chegaram a essa situação, e como normalmente o abandono familiar e uso de drogas fazem parte dessas histórias.

Direção: Adryanna Alves – Duração: 8:00

Classificação indicativa: 14 anos

Eu moro aqui

Sinopse: Lourival é uma pessoa respeitada há décadas no movimento pela luta por moradia, e hoje ainda resiste vivendo em situação de vulnerabilidade. Este documentário busca entender sua trajetória e promover a reflexão sobre a sua resistência e de tantas outras famílias na mesma situação.

Direção: R. Richard – Duração: 9:32

Classificação indicativa: 12 anos

Saiba mais sobre os videoclipes

“Bem-Vindo ao Território do Bem”

Sinopse: Dirigido e roteirizado por Jayme Gomes, o videoclipe “Bem-Vindo ao Território do Bem” nasce das vivências e vozes das nove comunidades que formam o Território do Bem, Engenharia, Itararé, Bonfim, Gurigica, São Benedito, Floresta, Jaburu, Consolação e Bairro da Penha. Gravado durante a Oficina de Produção de Clipes do projeto “Mercado Cultura em Movimento”, o trabalho une arte, música e pertencimento para revelar o que o território tem de mais valioso: seu povo, seus espaços de cultura, esporte e lazer, e a força coletiva que move cada rua. A letra da música foi escrita por Jayme Gomes e David dos Santos Lopes, que também atua como protagonista no clipe. A produção contou com as produtoras Amanda Silva e Gabrielly Almeida, filmagens realizadas por Ana Carolina Inácio, auxílio de produção de Mona Cacheada e orientação do educador responsável Jairo Santos. Percorrendo pontos-chave do Território do Bem, o clipe mostra tanto as potências, espaços culturais, esportivos e de lazer, quanto a realidade das ruas, com cenas de comércios, crianças e cotidiano comunitário. Mais do que um registro visual, “Bem-Vindo ao Território do Bem” é um manifesto sobre identidade, pertencimento e orgulho comunitário, celebrando as histórias que tornam o território vivo e pulsante na cidade de Vitória (ES).

Costurando en Français

No alto do Morro do Jaburu, o luxo e o futuro vestem corpos diversos. *Costurando en Français*, produção da DJ Mona Cacheada, é um videoclipe fashion que celebra a beleza trans, negra e gorda em sua potência máxima. Entre tecidos reaproveitados, looks chiquérrimos e muito brilho, modelos desfilam criações das marcas independentes **Olho de Ashanti** (@olhodeashanti) e **Big Bará** (@bigbkunty), que transformam descarte em desejo através de técnicas de reúso têxtil.

Dirigido por **Axé Bordon Santos** e produzido por *Amanda Rozário*, *Jayme Santos*, *David*, o clipe nasce da oficina de produção de videoclipe ministrada por **Jairo** e realizada pela **Varal Comunicação**.

Mais que um registro audiovisual, *Costurando en Français* é uma costura de mundos — onde a moda, a arte e a criatividade Ballroom criam narrativas de beleza, estilo e existência para corpos potentes.

Cena do Clipe Costurando en Français – Foto: Meuri Ribeiro

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