Através do projeto Ponto Solidário, o Banco Bem passa a atender aos Bairros Andorinhas, Santa Martha e Mangue Seco, onde, fez os primeiros empréstimos a moradores. O dinheiro será investido em matéria prima para os empreendimentos.
Seja para completar a renda familiar, ter independência finaceira ou começar o próprio negócio, empreender tem sido uma saída para as comunidades de baixa renda Brasil a fora, e nas comunidades de Andorinhas, Santa Martha e Mangue Seco, em Vitória, não é diferente.
Com sangue de empreendedor, o morador de Andorinhas Geraldo José de Oliveira, de 61 anos, criou 10 filhos trabalhando com refrigeração. Entre consertos de geladeiras e outros equipamentos, abriu há três anos uma lanchonete, onde ele, a esposa e os filhos mais novos trabalham. Pensando em aumentar a renda familiar, Seu Geraldo decidiu se associar a um amigo e começar um novo negócio, uma fábrica de salgados.
“Para vender na lanchonete, eu compro os salgados crus a R$1,80 e vendo a R$4,00. Minha ideia é aumentar meu lucro, produzindo os salgados que vendo, além de fornecer para outros comerciantes”, explicou.
Decidida a mudar sua realidade, Elizete Almeida Pereira, 55 anos, há 11 anos empreende no ramo de alimentação. Na cozinha de casa fazia marmitas, mas como a clientela aumentou, há um ano resolveu abrir um restaurante. Moradora de Andorinhas ela alugou um espaço no bairro Santa Martha e abriu o Restaurante da Elizete. Agora Elizete quer expandir seu negócio ainda mais. “Minha ideia é abrir a noite, também, com uma pastelaria”, contou.
Para expandir seus negócios, Geraldo e Elizete podem contar agora com o Banco Bem. Eles são os primeiros clientes que tiveram os empréstimos concedidos pelo Banco Comunitário, que através do projeto Ponto Solidário expandiu sua área de atuação, passando a atender moradores de Andorinhas, Mangue Seco e Santa Martha.
“Eu já tenho equipamentos como freezer, fritadeiras, batedeiras, o que faltava para eu começar esse novo negócio, era o dinheiro para comprar matéria prima. O empréstimo no Banco Bem irá me ajudar nisso”, contou entusiasmado Seu Geraldo.
Elizete diz que quando ficou sabendo da chegada do projeto Ponto Solidário nas comunidades, foi participar das reuniões de apresentação do projeto, e logo se cadastrou para acessar os empréstimos no banco comunitário.
“No Banco Bem não tem toda aquela burocracia que tem em outros bancos, e os juros são pequenos. Dá para investir no meu negócio de forma consciente e tranquila”.
A análise e a aprovação dos empréstimos concedidos são feitas pela equipe do Banco Bem, da instituição gestora, Associação Ateliê de Ideias e representantes das comunidades de Andorinhas, Santa Martha e Mangue Seco.
Segundo a coordenadora do Ponto Solidário, Geisiele Cassilhas, esses foram os primeiros empréstimos de muitos que estão por vir.
“Nossa meta é liberar, por mês, quatro empréstimos produtivos para empreendedores dos bairros de Andorinhas, Santa Martha e Mangue Seco”, ressalta. Ela explica ainda que o Banco Bem, através do Ponto Solidário, pretende estimular a economia dessa região, colaborando com o empreendedorismo e o consumo local, o que fortalece os pequenos comércios”.
Banco Comunitário é um valioso elo de vizinhança
Seu Geraldo, agradecido pelo empréstimo e pelo Banco ter acreditado em seu novo empreendimento, relatou para a agente de Crédito do Banco Bem, Andréa Monteiro, que o atendeu, que estava surpreendido com o atendimento e com a paciência com que ela ouviu a sua história, e o porquê precisava abrir com seu amigo um novo empreendimento. “Não é o mesmo atendimento que recebo num banco comum. Aqui, no Banco Bem, me trataram como um cliente, como um amigo, morador da região”, disse.
Feliz pela oportunidade de ser Agente de Crédito do Banco Bem, Andréa diz que como moradora de Andorinhas está muito grata pela vinda do Banco Comunitário para a região.
“O Banco Bem não é só uma instituição financeira qualquer, é uma instituição financeira democrática, em que estamos conseguindo reunir pessoas em prol do desenvolvimento dessas três comunidades. O Ponto Solidário consegue fazer o que não víamos há muito tempo: lideranças comunitárias e moradores trabalhando juntos para implantar um projeto que trará vários benefícios para os moradores. E trabalhando mesmo! Ajudando nos eventos, como no Bazar Solidário, e no mutirão de limpeza e arrumação do espaço da Associação de Moradores, local que abrigará o Ponto Solidário do Banco Bem, em Andorinhas. Gratidão”, esclareceu Andréa.
Assinatura do Contrato e Formação
A assinatura dos contratos para liberação dos dois primeiros empréstimos, concedidos pelo Banco Bem, a moradores dos Bairros de Andorinhas, Santa Martha e Mangue Seco, aconteceu na noite do dia 17 de junho, na reunião comunitária, que contou com a participação de moradores, comerciantes e lideranças locais.
Na ocasião, também, ocorreu a Oficina “Bom Atendimento e Direito do Consumidor”, oferecida aos comerciantes, participantes da Central de Compras que está sendo criada na região. Na oficina, empreendedores locais, discutiram exemplos de bom atendimento e os direitos do consumidor.
Banco Bem atinge 2 milhões em empréstimos
“Se não fosse o Banco Bem nós não teríamos construído a nossa casa”. A frase da moradora do São Benedito, Marlene Deoclécio, de 65 anos, é comum para muitos que vivem no Território do Bem, região composta pelos bairros São Benedito, Bairro da Penha, Jaburu, Consolação, Floresta, Engenharia, Bonfim, Itararé e Gurigica, em Vitória. É que como ela muitos já tiveram a oportunidade de fazer empréstimos no banco comunitário do território.
O Banco Comunitário de Desenvolvimento (BCD), Banco Bem, foi criado em outubro de 2005, é fomentado pelo Ateliê de Ideias, e tem três linhas de crédito, Produtivo, Habitacional e Consumo.
A Agente de Crédito do Banco Bem, e hoje, também, coordenadora do Ponto Solidário, Geisiele Cassilhas, conta que ao longo de 13 anos o Banco Bem, no Território do Bem, já emprestou R$ 2.050.412,05. Só na linha de Crédito Produtivo, o banco já beneficiou mais de 440 comerciantes, 70% deles mulheres, colaborando com a criação de novos negócios ou com a melhoria dos seus empreendimentos.
Sobre a escolha das linhas de créditos oferecidas pelo banco comunitário, Geisiele destaca que quem tem o desafio de constrói a política de crédito do banco comunitário são os próprios moradores. “Os bancos tradicionais criam seus critérios de crédito que nos jogam para fora da margem. Já nos bancos comunitários, a própria comunidade cria seus critérios, tipos de créditos e forma de funcionamento do banco, colocando as pessoas para dentro da margem. É uma dinâmica de inclusão”, explica.
O Banco Bem está preparando um vídeo em comemoração a marca de R$ 2 milhões em empréstimos concedidos, e Marlene Deoclecio será uma das personagens.
Projeto Ponto Solidário
Todos os Projetos realizados pelo Ateliê de Ideias nascem das demandas das comunidades atendidas pela Instituição. Sabendo disso, lideranças comunitárias da Região de Andorinhas, visitaram o Banco Comunitário, Banco Bem, localizado no São Benedito, em busca de iniciativas que possam contribuir com o desenvolvimento socioeconômico da região onde moram. No intercâmbio entre comunidades vizinhas, o Território do Bem abraça essas três comunidades, e juntos, criam o Projeto Ponto Solidário, que pretende criar e acompanhar uma Central de Compras, formada por empreendedores da Região de Andorinhas, Santa Martha e Mangue Seco, e ampliar as atividades do Banco Bem, fornecendo serviços financeiros solidários para os moradores, aumentando a circulação de riquezas e o consumo local
O projeto é realizado pela Associação Ateliê de Ideias, em parceria com a Prefeitura de Vitória, através do Fundo Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (FMPDC) / PROCON/SEMCID.
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